Apesar da sua tradicional fragmentação, o campo democrático criou ao menos um consenso: derrotar o bolsonarismo na disputa à presidência da República era tarefa crucial para nos dar condições de derrotar o bolsonarismo a médio e longo prazos. Negar o exercício e o controle do governo à extrema direita se tornou um objetivo essencial.
Evidente que não seria o suficiente. Ainda mais quando aqueles que flertam com o fascismo ou, de fato, adotam práticas neofascistas e de outras matizes da extrema direita e do reacionarismo, saíram fortalecidos das urnas nas eleições proporcionais. Portando, diante do resultado parelho das eleições a tendência é que o enfrentamento aos reacionários, golpistas e antidemocráticos dure algum tempo.
Os fatos e declarações direitistas ocorridas desde a consagração de Lula nas urnas têm reflexo no prestígio internacional do Brasil. Os porta-vozes do bolsonarismo deixaram claro que não vão recuar nas suas teses e ações esdrúxulas. Portanto, cabe ao campo democrático não recuar um milímetro sequer na defesa do Estado democrático de direito e da democracia de modo amplo e substantivo.
O papel das Forças Armadas, o uso criminoso da liberdade de expressão, o financiamento obscuro e a predileção das plataformas em distribuir conteúdo bolsonarista nas redes sociais estão entre os temas que precisamos disputar e esclarecer.
Com essa série de artigos, o Democracia e Direitos Fundamentais apresenta posicionamentos concretos para ajudar os guardiões da democracia nos debates presenciais e virtuais.
Ainda é tempo de vigília. E na vigília precisamos manter a atenção total.
Boa leitura!